Desmistificar as esferas da inteligência artificial é o que levará o Brasil ao desenvolvimento

Tema será debatido na tarde do dia 22 de agosto durante a sétima edição do CIMES; especialistas apresentarão aplicações da inteligência artificial na saúde

A inteligência artificial é vista como uma das grandes ferramentas de promoção da quarta revolução industrial. Agregando tecnologias para o desenvolvimento de diferentes setores da economia, dentre eles o da saúde, essa inovação que movimenta tantos debates ainda gera dúvidas que precisam ser esclarecidas. Durante o 7º CIMES (Congresso de Inovação em Materiais e Equipamentos para Saúde), evento organizado pela ABIMO, a mesa intitulada “O que é Inteligência Artificial: Realidade ou Futuro” reunirá, na tarde do dia 22 de agosto, especialistas de diversas áreas para apresentar o que, de fato, nos faz caminhar rumo a uma mudança radical de paradigmas.

O primeiro ponto que gera desconfianças e que será tratado neste encontro diz respeito ao mito de que a tecnologia surge para substituir o homem. Para Donizetti Louro, consultor de tecnologia da ABIMO e moderador do debate, essa questão precisa ficar bastante clara. “Para nós que trabalhamos com inteligência artificial não existe a intenção de substituir a espécie humana. A inteligência artificial pressupõe a inteligência do homem. E a máquina será capaz de suprir, apenas, algumas rotinas que colocam em risco maior a nossa própria espécie”, declara relembrando que toda a tecnologia pode ser aplicada para a automatização de processos com base em modelagens pré-definidas.

Para João Paulo Navarro, que atua como arquiteto da informação na NVIDIA, essa ideia de substituição também foge da realidade. “Estamos falando de automações sofisticadas que poupam horas de esforços repetitivos e nos reservam tempo para tarefas mais qualificadas”, complementa.

Além de encerrar o receio de que o homem perderá espaço para a máquina, o talk show também abordará a necessidade de explicar, de forma mais clara e detalhada, quais são as aplicações da inteligência artificial na área de saúde. Como comenta Esteban Clua, diretor do Instituto de Computação da Universidade Federal Fluminense: “temos de desmistificar o que é realmente possível fazer com a inteligência artificial e o que é fantasia”.

Algumas das diversas aplicações desta tecnologia serão apresentadas durante o congresso. Para André Máximo, pesquisador do Centro Global de Pesquisa da GE Healthcare, o Brasil, por ser um país continental, pode ser muito beneficiado. “Em países com a geografia muito grande há sempre o problema de conseguir levar especialistas para regiões menores. A inteligência artificial pode auxiliar facilitando o diagnóstico baseado em imagem. Isso ajudaria um médico que está em uma localização mais remota do país, ampliando o uso de equipamentos de maior qualidade e antecipando, ao máximo, os diagnósticos”, revela.

Ainda pensando em diagnóstico, a ideia de Rodrigo Streithorst, CEO da Streithorst Soluções Tecnológicas, é apresentar como a inteligência artificial pode contribuir para a redução de erros. “Temos cases de sucesso nos quais melhoramos a análise humana através da máquina e, durante o encontro, falarei sobre como estamos trabalhando para ter essa tecnologia aplicada à saúde”, diz.

Atuando com inteligência artificial para interface do homem com o computador, Clua aposta, também, no uso da tecnologia para reconhecimento de imagem e garantia de precisão das análises. “Há uma grande revolução na medicina mundial. Até onde chegaremos nesse sentido? Hoje usamos gestos, movimentos corporais e expressões faciais para a interação com a máquina. Na realidade virtual também usamos muita inteligência artificial”, finaliza.

Ainda dentro do contexto da aplicabilidade da inteligência artificial na saúde, a mesa também falará sobre os principais entraves, como a necessidade de tornar o tema uma iniciativa do governo para que novas startups consigam nascer e solucionar questões pontuais apresentando soluções inovadoras, e sobre a posição de espectador do mercado brasileiro, que precisa investir mais e angariar novos avanços a fim de alcançar nações como Estados Unidos, China e alguns países europeus que já comandam o mapa de inteligência artificial no globo.

O talk show “O que é Inteligência Artificial: Realidade ou Futuro” está marcado para as 13h30 do dia 22 de agosto. A programação completa do 7º CIMES pode ser acessada clicando AQUI. As inscrições seguem abertas no portal do evento: www.cimes.org.br.